About it

O Larger than Life é um blog de cartas, emails e declarações. Sua criação foi estimulada e incentivada pelo meu maior ídolo, meu exemplo e minha inspiração: uma Professora/Amiga. Ao ler meus emails, ela achou que eu podia acrescentar algo ao mundo e a mim mesma com um blog. So, here it is.
Tudo que está aqui foi, será ou queria ser dito. Infelizmente, nem sempre a vida nos dá tempo e coragem para expressar tudo que gostaríamos a todas as pessoas.
Essa é uma introdução para que os leitores saibam um pouco sobre por que o Larger than Life foi criado.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Para sempre nós

Cada dia é uma prova de amor. Apesar das brigas, das discussões e dos ciúmes, cada dia estamos mais unidas, mais fortes e mais perdidas uma na outra. Perdidas de paixão e de amor.
"Amei-te no primeiro dia em que te vi: amei-te em silêncio, em segredo, sem esperança de te possuir e sem refletir. Não quis saber quem eras, nem quis saber se me poderias amar: amei-te e amo-te cada vez mais."Olavo Bilac
Eu te amo.
Para sempre.
"Eu vivo e morro por ti."Machado de Assis
Thank you for being (my) EVERYTHING

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Esperar

Caminhava. Casais sorridentes passavem por mim me oprimindo com seus sorrisos. Dentro de mim o sentimento constante e latente da saudade me dominava, Aquele sentimento que me faz querer te ver e que, ao mesmo tempo, me faz não querer. Quero que tudo permaneça na ideia - onde tudo é certo e de onde você nunca vai embora.
Olhava atenta os casais felizes aproveitando a companhia um do outro e me perguntava por que com a gente tinha que ser diferente. Um amor como o nosso não deveria ser segredo, deveria ser mostrado a todos para que eles apreendessem a amar. 
Os prédios com apartamentos milionários na orla me traziam um sentimento paradoxal: as supostas vidas perfeitas acentuavam minha tristeza, no entanto, ter a certeza de que essas vidas perfeitas eram uma suposição me confortava. Eu sabia que não era a única a estar melancólica naquela agradável tarde ensolarada de primavera.
Parei. Cansada demais de andar em direção ao nada, resolvi admirar o mar à minha frente. Todas quelas pessoas no calçadão estavam me atrapahando de aproveitar meu momento com você. Agora, a saudade a tornara presente.
Olhava o oceano e, sua imensidão fez com que eu o associasse a você: o infinito que juntava céu e mar era facilmente comparável ao amos que nos liga. Concentrada na linha imaginária que separava os dois, percebi que nada separaria nós duas e que, ao contrário dos dois tons de azul, não seguiríamos paralelamente até nosso início e fim se perder ao longe. Nós éramos interseção. Éramos nós antes de sermos eu e você.
As ondas traziam do horizonte as lembranças de nossos momentos mais especiais. Quando voltavam, tiravam de mim - levando de volta pro mar - o amor que transbordava pelos meus olhos que, agora, estavam cansados de te procurar em algum lugar que não dentro de mim.
Me levantei. Enxuguei o amor e a saudade que escorriam pelo meu rosto e pensei que melancolia e tristeza não eram sentimentos que eu deveria carregar de volta para casa; eles não deveriam ser minha companhia no fim de semana.
Observei o sol se pôr e, com ele, aos poucos, iam a tristeza, a melancolia e a saudade que não cabia em mim.. Restava, então, uma saudade comedida, o amor exagerado que coninuava a transbordar - mas que, agora, vimnha companhado de um sorriso - e um pensamento: sorte! Sorte em te ter ao meu lado, sorte de você ter me escolhido.
Caminhava. Rumo a uma espera - que vale a pena. A espera por você.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

My Love

Meu amor, eu queria ser capaz de te dizer tudo isso com as minhas próprias palavras, but I’m not good enough, então, vou pegar as palavras de um grande homem emprestadas. 
Eu fiz adaptações de gênero e a tradução foi feita do original, por mim, para ficar o mais pessoal possível.
Eu te amo e não importa o quanto eu tente, nunca vou conseguir demonstrar o meu amor, na sua forma mais pura e sublime, por você. Mas eu tento e continuarei tentando.
“Já tive momentos em que pensei que seria mais sábio me separar de você. Momentos de fraqueza e loucura! Agora vejo que isso teria mutilado a minha vida(...)quebrado os acordes musicais que formam uma alma perfeita.(...)Na minha solidão, você estará comigo e eu estou determinada a não me revoltar e a aceitar qualquer absurdo por meio da minha devoção ao amor e a deixar meu corpo ser desonrado para que possa manter em mim a imagem de você. Do seu cabelo sedoso a seus pés delicados, você é a perfeição para mim. O prazer esconde o amor da gente, mas a dor o revela na sua essência.(...)O que a sabedoria é para o filósofo, o que Deus é para o santo é o que você é para mim.(...)Meu amor, você a quem eu estimo mais que todas as coisas(...)fique feliz por ter preenchido com um amor imortal a alma de uma mulher que(...)carrega o céu no coração. Eu te amo, meu coração é uma rosa que o seu amor fez desabrochar, minha vida é um deserto pelo qual sopra a sua respiração e cuja agradável primavera são seus olhos. Me ame sempre. Você tem sido o supremo e perfeito amor da minha vida, e não há como ter outro. Minha alma se prende a sua, minha vida é sua vida e, em todo o mundo de dor e prazer, você é meu ideal de admiração e felicidade.” – Oscar Wilde

domingo, 23 de outubro de 2011

Memórias

   “Tive muitos momentos memoráveis com esse avô, principalmente, porque morei com ele por cerca de 1 ano, quando contava 2 anos de idade.
   Apesar de um pouco distantes, as memórias estão muito claras na minha mente. Tão claras que ainda sinto a felicidade, o cheiro e o prazer de cada passeio com ele. Esses são tantos que é difícil escolher uma situação que tenha sido mais importante ou mais memorável.
   Meu avô sempre foi um homem muito religioso e eu sempre o acompanhei em todas os seus passeios. Estávamos, sempre, os dois juntos - não seria diferente com as idas à igreja. Uma vez por semana, lá íamos os 2 acender velas - eu adorava - e eu ficava observando o modo como ele rezava, ao meu ver, apenas mexendo os lábios.
   Com o tempo, passei a imitá-lo, porque queria fazer as coisas como ele. O fato de rezar da mesma forma que ele - ou, ao menos, tentar - era o meu jeito de tentar ser um pouco do que ele era, de ter um pouco da sua bondade. Sempre o admirei. 
   Outra coisa que sempre fazíamos juntos era visitar os patinhos e galos que viviam perto de onde ele morava, Nós íamos todos os dias. Lembro-me, com clareza, das brincadeiras e “conversas” que tínhamos. Eu, meu avô e o patinho.
   Lembro-me, também, do pesar com que meu avô me comunicou a morte desse patinho. Na época, me recordo de pensar:”Poxa, não vou ver mais o patinho...mas por que o vovô está tão triste assim?”. Depois, entendi que era por mim; meu avô se preocupava se eu ia reagir bem ou mal em relação à morte do patinho. Por quê? Porque ele me amava.
   Meu avô e eu não tínhamos um amor calado - por mais que não disséssemos “Eu te amo” um ao outro, líamos amor em outras palavras. Eu não lia amor apenas nas palavras, mas, também, nos olhares. As palavras simples e “comuns” de um homem humilde, e seus olhares foram minha iniciação na literatura.
   A literatura do meu avô falava de amor, de carinho, de cuidado e de atenção. Eu lia tudo isso e sabia que era para mim. E ele?
   Até hoje, não tenho certeza se ele sabia ler os meus olhares e minhas palavras. Creio que sim, porque nelas transbordavam amor. Ele pode não saber ler livros, revistas ou jornais, mas os meus sentimentos, sim. Mesmo porque, eles estavam claros e, ainda que não estivessem, sempre soubemos ler um ao outro.

Eu te amo, minha amada


Transforma-se o amador na cousa amada,
por virtude do muito imaginar;
não tenho, logo, mais que desejar,
pois em mim tenho a parte desejada.


Se nela está minha alma transformada,
que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
pois consigo tal alma está ligada.

Mas esta linda e pura semidéia,
que, como um acidente em seu sujeito,
assim como a alma minha se conforma,

está no pensamento como idéia:
[e] o vivo e puro amor de que sou feito,
como a matéria simples busca a forma.

Era amor

Se amavam. Passaram  uma madrugada junta – ligadas pelo celular – uma ajudando a outra a se livrar de seus medos. Conversaram madrugada adentro e foi a melhor noite da vida delas. A certeza da eternidade começava a se tornar irrevocável a partir daquela madrugada de primavera em que a chuva pingava nas flores. 

I miss you

Teu olhar. Teu olhar que sempre me acalmou e me ensinou. Me ensinou a viver e a o buscar a sabedoria. Me ensinou que, aonde quer que eu fosse, voce iria comigo. Um dia, porém, perdi teu olhar e meu caminho. Te procurei em outros olhos e não te achei. Quanto ao meu caminho, a trilha que me guiava tinha chegado ao fim e eu perambulava sem direção. 
Fechei os olhos meus na procura dos teus. Rezei para tudo ser um sonho e não acordei do pesadelo. Passei, então, a rezar para sonhar com aquele olhar, para me reencontrar. Teu olhar nunca mentiu; voce pode não estar mais comigo, mas está dentro de mim e, assim, vai aonde quer que eu vá.
Tua lembrança é o que me guia e me ensina, desde então; me ensina que a vida está muito além da existência e me incentiva e motiva a me tornar alguém, a buscar o conhecimento e, também, a chegar ao auto conhecimento.
Lembranças...lembro-me das suas brincadeiras quando eu ainda era, praticamente, um bebê. Lembro-me de como inventamos a barata Kafka e de como voce me ensinou a ler. Lembro-me das leituras de livros e olhares, de assistirmos ao Rei Leão juntas. Lembro-me de como voce me apresentou à Mitologia Grega e à História e de quando eu te apresentei a Sandy e Junior e você, apenas para não me frustrar, disse ter gostado.
Lembro-me de como me pediram para que eu rezasse por ti. Lembro-me de quando não pude mais te ver. Lembro-me dos balões de oxigênio que meus pais levavam para você - eles subiam até seu apartamento enquanto alguém ia até o carro e tentava, inutilmente, esconder a verdade de mim. Era tarde demais, tudo já estava muito claro. Eu sabia que conheceria o que, até aquele momento, era apenas um conceito abstrato na cabeça de uma criança ingênua. Ingênua ao ponto de acreditar que a tia aguentaria mais um ano e que, até lá, descobririam a cura do câncer e ela não precisaria entender esse conceito tão abstrato.
Nada disso aconteceu. Numa manhã ensolarada de um Sábado junino, fui acordada pelas lágrimas de mamãe e pelo peso da voz de papai. Os dois vieram me comunicar que voce havia sido hospitalizada, mais uma - e pela última - vez. Mamãe seguiu para o hospital e papai ficou encarregado de me distrair: me levou para andar de bicicleta e cozinhou macarrão com salsicha - minha comida preferida, na época.
O almoço chegou e, com ele, a sinceridade de papai. Lembro-me que papai tentava me preparar dizendo que, talvez, você não aguentasse por muito mais tempo. Mas a esperança não morreu. Fui passar a tarde com os vizinhos que eram muito amigos e tinham uma filha com quem sempre brincava de Barbie - por gosto dela, nao meu. Não me concentrava nas Barbie’s; pensava em você.
Meu pai me buscou, em silêncio. Eu não falava, também. Tinha medo do que iria ouvir e buscava coragem para perguntar. Cheguei em casa e a cadeira de rodas que tinha sido levada, de manhã, voltara. Perguntei por que, mas, no fundo, nunca quis saber a resposta. Meu pai respondeu: “Filha, ela morreu.”
Há 10 anos essa frase ecoa dentro de mim. A consequência dela é no que me transformei. Sou um reflexo de ti e te encontro no melhor que consigo ser. O eco da sua ausência silencia minha alegria e os flashes de sua lembrança ofuscam minha tristeza.
Saudade.